quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Refrão de Bolero

 
 
 
Eu que falei nem pensar
Agora me arrependo roendo as unhas
Frágeis testemunhas
De um crime sem perdão
Mas eu falei sem pensar
Coração na mão, como o refrão de um bolero
Eu fui sincero
Como não se pode ser
Um erro assim tão vulgar
Nos persegue a noite inteira
E quando acaba a bebedeira
Ele consegue nos achar
Num bar,
Com um vinho barato
Um cigarro no cinzeiro
E uma cara embriagada no espelho do banheiro  
Teus lábios são labirintos 
Que atraem os meus instintos mais sacanas
O teu olhar
Sempre distante, sempre me engana
Eu sigo a tua pista todo dia da semana
Eu entro sempre na tua dança de cigana

                                                                        Humberto Gessinger